quinta-feira, novembro 23, 2006

Oyá sopra a forja de Ogum e cria o Vento e a Tempestade

Oxaguiã estava em guerra, mas a guerra não acabava nunca, tão poucas as armas para guerrear. Ogum fazia as armas, mas fazia lentamente. Oxaguiã pediu a seu amigo Ogum urgência, mas o ferreiro já fazia o possível. O ferro era muito demorado para se forjar e cada ferramenta nova tardava como o tempo. Tanto reclamou Oxaguiã que Oiá, esposa do ferreiro, resolveu ajudar Ogum a apressar o fabrico. Oiá se pôs a soprar o fogo da forja de Ogum e seu sopro avivava intensamente as chamas e o fogo mais forte derretia mais rapidamente o ferro. Logo Ogum pôde fazer muito mais armas e com mais armas Oxaguiã venceu logo a guerra.

Oxaguiã veio então agradecer a Ogum. E na casa de Ogum enamorou-se de Oiá. Um dia fugiram Oxaguiã e Oiá, deixando Ogum enfurecido e sua forja fria.

Quando mais tarde Oxaguiã voltou à guerra e quando precisou das armas muito urgentemente, Oiá teve que reavivar a forja, mas não quis voltar para a casa de Ogum.

E lá da casa de Oxaguiã, onde vivia, Oiá soprava em direção à forja de Ogum. E seu sopro atravessava toda a terra que separava a cidade de Oxaguiã da de Ogum. E seu sopro cruzava os ares e arrastava consigo pó, folhas e tudo o mais pelo caminho, até chegar às chamas que com furor atiçava.

E o povo se acostumou com o sopro de Oiá cruzando os ares e logo o chamou de vento. E quanto mais a guerra era terrível e mais urgia a fabricação das armas, mais forte soprava Oiá a forja de Ogum. Tão forte que às vezes destruía tudo no caminho, levando casas, arrancando árvores, arrasando cidades e aldeias. O povo reconhecia o sopro destrutivo de Oiá e o povo chamava isso de tempestade.

Oyá Mesàn – Yansã – Mãe dos Nove.

Comidas: Acarajé (bolinho feito da massa de feijão fradinho com camarão seco e cebola ralada, frito no dendê – com exceção das qualidades ligadas a Egun), ekuru (a mesma massa do acarajé, enrolada na folha de bananeira e cozida a vapor), bobó de camarão, bolas de inhame.

Fruta: manga rosa

Libação: champagne

Essência: benjoim

Cores: marrom, vermelho, laranja, coral, rosa

Ponto de força: bambuzal

Elementos: água (é a deusa do Rio Níger), ar, fogo.

Atuação: tempo, demandas espirituais

Saudação: Êpa Hey!

Dia da semana: Quarta-feira

Numerologia: 4 (irosum), 9 (ossá), 11 (oworin)

Símbolos: espada, eruechim (chicote feito de rabo de cavalo, originalmente um espanta-moscas; utilizado por Oyá para controlar os Eguns), chifres de búfalo (batidos um contra o outro, servem para evocá-la), coral.

Metal: cobre

Animais: Búfalo, borboleta

Interditos (kizilas): abóbora moranga, carneiro, cajá, lagartixa, folhas secas.