domingo, novembro 26, 2006

Umbanda - Diversidade - Transformação

Certa vez questionei meu mentor sobre o motivo de existir tanta diversidade ritualística na Umbanda. E meu pai espiritual respondeu:

"- A Umbanda busca abarcar todos graus de consciência das humanas criaturas, indo desde os aspectos mais sincréticos e representativos da fé, até os aspectos mais voltados à essência. Então, não se abale com as aparentes diferenças e não seja resistente às mudanças; sede flexível, pois essa é a finalidade da vida - TRANSFORMAÇÃO. Assim como a própria Natureza a cada dia se expressa de uma forma única, você também com sua dinâmica estará sempre mudando por dentro e por fora e esperamos que seja sempre para melhor."

(FONTE: SITE DA FRATERNIDADE LUZ DIVINA)

Aniversário e Datas Comemorativas - Dezembro

04 - Dia de Santa Bárbara (Oyá)

05 - Aniversário do Márcio

07 – Aniversário do Adriano

08 - Dia de Nossa Senhora da Conceição (Oxum no RJ, Yemanjá em SP); aniversário do Everaldo e da Karina.

13 - Dia de Santa Luzia

15 – Aniversário do Ezequiel

17 - Dia de São Lázaro (Omolu)

21 - ANIVERSÁRIO DO CCT LUIZ PAULO

25 - Natal (Oxalá)

28 - Aniversário da Andreza

31 - Homenagens e oferendas à Yemanjá

quinta-feira, novembro 23, 2006

Yemanjá cura Oxalá e ganha o poder sobre as cabeças

Quando Olodumare fez o mundo, deu a cada orixá um reino, um posto, um trabalho.

A Exu deu o poder da comunicação e a posse das encruzilhadas.

A Ogum deu o poder da forja, o comando da guerra e o domínio dos caminhos.

A Oxóssi ele entregou o patronato da caça e da fartura.

A Obaluayê deu o controle das epidemias.

Olodumare deu a Oxumarê o arco-íris e poder de comandar a chuva, que permite as boas colheitas e afasta da fome.

Xangô recebeu o poder do trovão e o império da lei.

Oiá-Iansã ficou com o raio e o reino dos mortos, enquanto Yewá foi governar os cemitérios.

Olodumare deu a Oxum o zelo pela feminilidade, riqueza material e fertilidade das mulheres. Oba ganhou o patronato da família e Nanã, a sabedoria dos mais velhos, que ao mesmo tempo é princípio de tudo, a lama primordial com que Obatalá modela os homens.

A Oxalá deu Olodumare o privilégio de criar o homem, depois que Odudua fez o mundo. E a criação se completou com a obra de Oxaguiã, que inventou a arte de fazer os utensílios, a cultura material.

Para Yemanjá, Olodumare destinou os cuidados de Oxalá. Para a casa de Oxalá foi Iemanjá cuidar de tudo: da casa, dos filhos, da comida, do marido, enfim.

Yemanjá nada mais fazia que trabalhar e reclamar. Se todos tinham algum poder no mundo, um posto pelo qual recebiam sacrifício e homenagens, por que ela deveria ficar ali em casa feito escrava?

Yemanjá não se conformou. Ela falou, falou e falou nos ouvidos de Oxalá. Falou tanto que Oxalá enlouqueceu. Seu ori, sua cabeça, não agüentou o falatório de Iemanjá. Iemanjá deu-se então conta do mal que provocara e tratou de Oxalá até restabelecê-lo. Cuidou de seus ori enlouquecido, oferecendo-lhe água fresca, obis deliciosos, apetitosos pombos brancos, frutas dulcíssimas. E Oxalá ficou curado.

Então, com o consentimento de Olodumare, Oxalá encarregou Yemanjá de cuidar do ori de todos os mortais. Yemanjá ganhara enfim uma missão tão desejada. Agora ela era senhora das cabeças.

Yè yé omo ejá – Yemanjá – Mãe cujos filhos são peixes

Comidas: Ebô Iyá (canjica cozida e temperada com cebola ralada e camarões secos), vatapá, arroz branco cozido com leite de côco, peixe assado, manjar branco, cuzcuz.

Frutas: uvas, maçã verde

Libação: champagne

Essência: jasmim

Cores: prata, azul claro, verde água

Ponto de força: mar

Elemento: água

Atuação: maternidade, família

Saudação: Odò Ìyá! Èérú Ìyá!

Dia da semana: sábado

Numerologia: 4 (irosum), 9 (ossá)

Símbolos: abebe, espada, conchas, corais, pérolas

Metal: prata

Animais: peixe, cavalo marinho

Interditos (kizilas): peixe de couro

Oxum deita-se com Exu para aprender o Jogo de Búzios

Obatalá, o Senhor do Pano Branco, aprendeu com Orunmilá a arte da adivinhação. Aprendeu o oráculo dos obis e dos búzios. A adivinhação com o opelê, contudo, Orunmilá jamais ensinou para ninguém. Só os babalawo podem jogar com o opelê, a cadeia de Ifá.

Mas muitas pessoas queriam aprender com Obatalá a arte de ler o destino nos búzios. Obatalá dizia que seu conhecimento era resultado da confiança que Orunmilá depositara nele e portanto negava-se a passar adiante essa arte.

Entre os que queriam tal conhecimento estava Oxum, a bonita esposa de Xangô. Oxum pediu muitas vezes para Obatalá ensinar-lhe o conhecimento de Ifá. Mesmo estando muito atraído pela bela Oxum, Obatalá recusou-se a ensiná-la.

Um dia Obatalá saiu da cidade e foi banhar-se num rio próximo. Deixou sua roupa sobre a moita e foi para a água. Enquanto Obatalá se banhava, Exu, sempre atento às chances de desarrumar as coisas, aproximou-se da margem do rio. Ele viu as roupas brancas sobre o arbusto e as reconheceu como sendo de Obatalá. Pondo as mãos em concha sobre a boca, gritou zombeteiro:

“O Senhor do Pano Branco ainda é senhor quando está sem a roupa?”

Exu pegou as roupas de Obatalá e foi-se embora. Foi dançando alegre e feliz com sua brincadeira. Quando Obatalá saiu da água, viu-se sem as suas imaculadas vestes brancas. Como faria para voltar para a cidade assim? Se aquela situação era humilhante para qualquer um, que dirá para Obatalá. Obatalá andando nu? Obatalá ficou ali angustiado, sem saber o que fazer.

Oxum, que vinha andando pela trilha em direção ao rio, viu Obatalá naquele estado e logo perguntou-lhe o que havia acontecido. Ele contou tudo. Oxum lhe disse então que iria até Exu para trazer as roupas de volta.

Obatalá avisou que ninguém conseguia lidar com Exu, mas Oxum insistiu que era capaz de dobrar o espertalhão. Em troca, porém, ela exigiu os conhecimentos da adivinhação. Ele negou e ela insistiu. Oxum mostrou que ele não tinha saída. Como Obatalá ia andar nu por aí? Que vergonha! Que falta de decoro! Um rei nu?

Obatalá concordou. Fizeram um trato. Oxum foi à procura de Exu e finalmente o encontrou numa encruzilhada, comendo seus ebós. Quando ele a viu, ficou endoidecido por sua beleza e, porque Exu é como é, tentou imediatamente ter relações sexuais com ela. Oxum rejeitou Exu e exigiu as roupas que ele roubara. Exu só pensava em deitar-se com Oxum e não queria discutir outra coisa.

Até que finalmente eles fizeram um acordo. Oxum deitou-se com Exu e em troca recebeu as roupas furtadas. Voltou à margem do rio, onde a esperava Obatalá. Obatalá recebeu as roupas e as vestiu. Então voltou para a cidade e, honrando sua palavra, ensinou Oxum a jogar búzios e obis. Desde então, Oxum tem também o segredo do oráculo.

Comidas: Ypeté (massa de inhame acará pilado e camarões), omolocum (massa de feijão fradinho enfeitada com ovos cozidos), adun (milho de galinha torrado, moído e peneirado, misturado com mel), xinxim de galinha; quindim, fios de ovos.

Frutas: mamão, banana ouro, melão amarelo

Libação: champagne

Essência: angélica

Cores: dourado, amarelo, azul escuro

Ponto de força: rios e cachoeiras

Elemento: água

Atuação: amor, fertilidade

Saudação: Ora Yè Yé o!

Dia da semana: sábado

Numerologia: 5 (oxê), 16 (alafia)

Símbolo: abebe

Metal: ouro

Animal: pombo

Interditos (kizilas): barata, peixe de pele, cajá, carambola.

Oyá sopra a forja de Ogum e cria o Vento e a Tempestade

Oxaguiã estava em guerra, mas a guerra não acabava nunca, tão poucas as armas para guerrear. Ogum fazia as armas, mas fazia lentamente. Oxaguiã pediu a seu amigo Ogum urgência, mas o ferreiro já fazia o possível. O ferro era muito demorado para se forjar e cada ferramenta nova tardava como o tempo. Tanto reclamou Oxaguiã que Oiá, esposa do ferreiro, resolveu ajudar Ogum a apressar o fabrico. Oiá se pôs a soprar o fogo da forja de Ogum e seu sopro avivava intensamente as chamas e o fogo mais forte derretia mais rapidamente o ferro. Logo Ogum pôde fazer muito mais armas e com mais armas Oxaguiã venceu logo a guerra.

Oxaguiã veio então agradecer a Ogum. E na casa de Ogum enamorou-se de Oiá. Um dia fugiram Oxaguiã e Oiá, deixando Ogum enfurecido e sua forja fria.

Quando mais tarde Oxaguiã voltou à guerra e quando precisou das armas muito urgentemente, Oiá teve que reavivar a forja, mas não quis voltar para a casa de Ogum.

E lá da casa de Oxaguiã, onde vivia, Oiá soprava em direção à forja de Ogum. E seu sopro atravessava toda a terra que separava a cidade de Oxaguiã da de Ogum. E seu sopro cruzava os ares e arrastava consigo pó, folhas e tudo o mais pelo caminho, até chegar às chamas que com furor atiçava.

E o povo se acostumou com o sopro de Oiá cruzando os ares e logo o chamou de vento. E quanto mais a guerra era terrível e mais urgia a fabricação das armas, mais forte soprava Oiá a forja de Ogum. Tão forte que às vezes destruía tudo no caminho, levando casas, arrancando árvores, arrasando cidades e aldeias. O povo reconhecia o sopro destrutivo de Oiá e o povo chamava isso de tempestade.

Oyá Mesàn – Yansã – Mãe dos Nove.

Comidas: Acarajé (bolinho feito da massa de feijão fradinho com camarão seco e cebola ralada, frito no dendê – com exceção das qualidades ligadas a Egun), ekuru (a mesma massa do acarajé, enrolada na folha de bananeira e cozida a vapor), bobó de camarão, bolas de inhame.

Fruta: manga rosa

Libação: champagne

Essência: benjoim

Cores: marrom, vermelho, laranja, coral, rosa

Ponto de força: bambuzal

Elementos: água (é a deusa do Rio Níger), ar, fogo.

Atuação: tempo, demandas espirituais

Saudação: Êpa Hey!

Dia da semana: Quarta-feira

Numerologia: 4 (irosum), 9 (ossá), 11 (oworin)

Símbolos: espada, eruechim (chicote feito de rabo de cavalo, originalmente um espanta-moscas; utilizado por Oyá para controlar os Eguns), chifres de búfalo (batidos um contra o outro, servem para evocá-la), coral.

Metal: cobre

Animais: Búfalo, borboleta

Interditos (kizilas): abóbora moranga, carneiro, cajá, lagartixa, folhas secas.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Eclesiastes Capítulo III

1 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.

2
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;

3
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;

4
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;

5
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;

6
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;

7
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;

8
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.

9
Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha?

10
Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os exercitar.

11
Tudo fez formoso em seu tempo; também pós o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim.

12
Já tenho entendido que não há coisa melhor para eles do que alegrar-se e fazer bem na sua vida;

13
E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus.

14
Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante dele.

15
O que é, já foi; e o que há de ser, também já foi; e Deus pede conta do que passou.

16
Vi mais debaixo do sol que no lugar do juízo havia impiedade, e no lugar da justiça havia iniqüidade.

17
Eu disse no meu coração: Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para todo o propósito e para toda a obra.

18
Disse eu no meu coração, quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como os animais.


19
Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade.

20
Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó.

21
Quem sabe que o fôlego do homem vai para cima, e que o fôlego dos animais vai para baixo da terra?

22
Assim que tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua porção; pois quem o fará voltar para ver o que será depois dele?

sexta-feira, novembro 17, 2006

Cantiga da Paz - Dolores Duran (psicografada)

Se quiseres sentir
A paz dentro de ti
Escuta meu irmão
Faze silêncio e espera
Que volte a primavera
Na força da oração
Transforma teu soluço
Em risos de esperança
No amanhã que vem
Depois da tempestade
Surge sempre a bonança
Agora ou mais além
Em tua longa estrada
Só tu tens o poder
De transformar espinhos
Em flores perfumadas
Que ao Sol da confiança
Enfeitem teus caminhos
Olhando ao teu redor
Verás que almas tristes
Te pedirão amor
Tua tristeza, esquece
Sorri, ampara e aquece
Seja o irmão quem for
Sofrendo chuva e vento
O trigo doura o campo
Sem falar de sua dor...
E assim que a nuvem passa
A terra generosa
Desabotoa em flor
Imita a Natureza
Que se desfaz em luz
Até o entardecer...
E quando a noite chega
No céu acende estrelas
Até o amanhecer...

quinta-feira, novembro 09, 2006

Atitude

Hoje quero lhes falar sobre atitude. Atitude diante da vida, diante da morte, diante das dificuldades.

Quero lhes chamar a atenção para o exercício da tolerância. Não é fácil tolerar atitudes de desrespeito, de ingratidão, de agressão. Diante de situações adversas, como é difícil aceitá-las! De que forma é possível ultrapassar esses momentos? Somente com a elevação espiritual, com uma compreensão maior, com o amor superando tudo e a todos. O amor é a mola que faz com que superemos sentimentos de discórdia e nos eleva.

A fé tudo consegue. Mas é necessário estarmos atentos e, ao fraquejarmos, renovarmos nossas forças interiores e apelarmos ao Pai, aos nossos Anjos da Guarda, espíritos de luz que nos protegem, para que possamos sublimar nossas fraquezas e torna-las fontes de nossas reflexões para vermos e ouvirmos e recobrarmos nossas energias.

Diante de suas intolerâncias e das intolerâncias dos que os cercam, parem e meditem sobre a razão de tal comportamento. Muitas vezes são resgates de vidas anteriores. É preciso uma atitude positiva, é preciso tentar compreender, é preciso lutar contra atitudes que só trarão desgastes.

Cabe a cada um tornar sua vida mais doce, mais amena. Não aceitar situações que os tornem infelizes. O livre arbítrio lhes foi concedido para a decisão da condução das próprias vidas. Não aceitar situações que se lhes apresentem intoleráveis. Depende de cada um revertê-las.

Sua atitude diante da beleza, das forças da natureza humana, da natureza, dos cantos dos pássaros, da beleza dos animais, do poder das águas, despertará em seus espíritos a luz e a compreensão para a verdadeira vida. Sua atitude diante da doença, afastando o desânimo, recobrando forças interiores, fará com que a cura se realize.

Novamente recomendamos a prece. No processo de espera, a prece fortalece nossos espíritos.

Sua atitude diante das dificuldades para a sobrevivência, quando positivas, fará com que a passagem pela vida discorra amena. A serenidade é necessária diante daquilo que não compreendem, diante do sofrimento.

Sejam responsáveis por si, e pelos que lhes foram postos a seu lado, por laços de sangue ou de amizade.

Sua atitude diante da pobreza e a da pobreza de espírito dos que se lhes deparam, fará com que possam doar aquilo que tanto necessitam. Sua atitude diante de sua espiritualidade os elevará a planos superiores, preparando-os para a verdadeira vida.

Atitudes negativas não levam a nada. Obviamente é impossível não sofrer com os problemas diários. Não é isso que queremos dizer. Porém, superar o sofrimento é possível, graças à compreensão do sentido da vida, dos ensinamentos do Pai.

Jesus zela por todos. Procurem-nos nas suas preces, no seu interior. Todos possuem a centelha divina. Mantenham-na acesa. Sigam os exemplos daqueles que, como são Francisco de Assis, passaram pela Terra e deixaram suas mensagens, suas atitudes de bondade, humildade, desprendimento, de amor.

Sejam felizes. É necessário buscar a felicidade. Afastem os maus pensamentos, sejam fortes e pródigos no espalhar o amor.

Fiquem na paz de nosso amado Jesus, de São Francisco de Assis e de seus guias espirituais, a quem devem apelar a todo momento.

(FONTE: “Tempo para o Entendimento” – mensagens de Francisco Cipriano e Irmã Germana -, psicografado por Cely Durão)

Marcas no coração

Você já sentiu, alguma vez, a dor causada por uma pancada na quina da mesa, da cama, ou de outro móvel qualquer? Sim, aquela pancada que quase nos faz perder os sentidos, e deixa um hematoma no corpo.Em princípio surge uma marca avermelhada, depois arroxeada, e vai mudando de cor até desaparecer por completo. Geralmente o local fica dolorido, e sempre que o tocamos sentimos certo desconforto. A marca permanece por um tempo mais ou menos longo, conforme o organismo. Agora imagine se, por distração, você bate novamente no mesmo lugar do hematoma... A dor é ainda maior e a cor se intensifica. Se isso se repetisse por inúmeras vezes, o problema poderia se agravar a tal ponto que a lesão se converteria num problema mais grave. Com a mágoa acontece algo semelhante, com a diferença de que a marca é feita no coração e é causada por uma lesão afetiva. No primeiro momento a marca é superficial, mas poderá se aprofundar mais e mais, caso haja ressentimento prolongado. Ressentir quer dizer sentir outra vez e tornar a sentir muitas e muitas vezes. É por isso que o ressentimento vai aprofundando a marca deixada no coração. Como acontece com as lesões sofridas no corpo, repetidas vezes no mesmo lugar, também o ressentimento pode causar sérios problemas a quem se permite o ressentir continuado. Se um hematoma durasse meses ou anos em nosso corpo, a possibilidade de se transformar em câncer seria grande. Isso também acontece com a mágoa agasalhada na alma por muito tempo. A cada vez que nos lembramos do que motivou a mácula no coração, e nos permitimos sentir outra vez o estilete na alma, a mágoa vai se aprofundando mais e mais. Além da possibilidade de causar tumores, gera outros distúrbios nas emoções de quem a guarda no coração. Por todas essas razões, vale a pena refletir sobre esse mal que tem feito muitas vítimas. Semelhante a um corrosivo, a mágoa vai minando a alegria, o entusiasmo, a esperança, e a amargura se instala... Silenciosa, ela compromete a saúde de quem a mantém e fomenta ódio, rancor, inimizade, antipatias. Muitas vezes a mágoa se disfarça de amor-próprio para que seu portador consinta que ela permaneça em sua intimidade. E com o passar do tempo ela se converte num algoz terrível, mostrando-se mais poderosa do que a vontade de seu portador para eliminá-la. De maneira muitas vezes imperceptível, a mágoa guardada vai se manifestando numa vingançazinha aqui, numa traiçãozinha ali, numa crueldade acolá. E de queda em queda a pessoa magoada vai descendo até o fundo do poço, sem medir as conseqüências de seus atos. Para evitar que isso aconteça conosco, é preciso tomar alguns cuidados básicos. O primeiro deles é proteger o campo das emoções, fortalecendo as fibras dos nobres sentimentos, não permitindo que a mágoa o penetre. O segundo é tratar imediatamente a ferida antes que se torne mais profunda, caso a mágoa aconteça. O terceiro é drenar, com o arado da razão, o lodo do melindre, que é terreno propício para a instalação da mágoa.É importante tratar essa suscetibilidade à flor da pele, que nos deixa extremamente vulneráveis a essas marcas indesejáveis em nosso coração, tornando-nos pessoas amargas e infelizes. Agasalhar ódio, mágoa ou rancor no coração, é o mesmo que beber veneno com a intenção de matar o nosso agressor. Pense nisso, e não permita que esses tóxicos se instalem em seu coração.

(FONTE: Momento Espírita)